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Cinco anos após a pandemia, a forma como a sociedade interage, consome e confia em assuntos de saúde se transformou. Em sua 4ª edição, o relatório especial do Edelman Trust Barometer 2025: Confiança e Saúde revela como a confiança está se moldando em um cenário cada vez mais descentralizado.
No Brasil, nenhuma instituição – empresas, governos, ONGs e mídia – é vista como confiável para atuar corretamente quando se trata de assuntos relacionados a saúde. O ressentimento cresce na sociedade e, na maioria dos países pesquisados, a percepção é de que as instituições prejudicam ativamente o acesso à saúde.
O estudo ainda mostra diferenças geracionais marcantes. Jovens se engajam mais com o tema saúde – criam, consomem e compartilham mais conteúdo. Ao mesmo tempo, são os que mais admitem se arrepender de decisões tomadas com base em desinformação.
Nesse novo ecossistema de saúde, a legitimidade e proximidade se tornam fatores essenciais. Com vozes não institucionais ganhando relevância e passando a competir com médicos, autoridades e especialistas, é fundamental que as instituições compreendam essa dinâmica para restaurar credibilidade e reconstruir a confiança na área da saúde.
Em 9 dos 16 países pesquisados, a maioria dos entrevistados acredita que as ações de empresas, governo e/ou ONGs prejudicam sua capacidade de obter assistência em saúde de boa qualidade.


Embora a formação acadêmica seja o critério mais importante para considerar alguém como um especialista legítimo em saúde, 6 em cada 10 brasileiros afirmam que a experiência pessoal com questões de saúde e orientações úteis dadas anteriormente também qualificam alguém como especialista.
Além de serem mais suscetíveis à influência de pessoas sem formação acadêmica formal, os jovens (18 – 34) também são os mais propícios a se arrependerem de uma decisão de saúde baseada em desinformação, advinda de plataformas de conteúdo criado por usuários, amigos ou familiares, publicidade de produtos e criadores de conteúdo.


As autoridades científicas e médicas tradicionais não são as únicas vozes de influência quando avaliamos como os indivíduos tomam decisões sobre sua saúde. Para orientar essas decisões, especialistas precisam entender as novas formas de legitimidade e adotar uma comunicação mais pessoal.
Para o público, uma experiência pessoal com um problema de saúde é um dado tão convincente quanto resultados de um estudo de larga escala. O senso comum não é inimigo da ciência, mas um meio para divulgá-la.
Jovens de todo o mundo estão consumindo e criando conteúdos sobre saúde em ritmo acelerado. As vozes institucionais precisam aumentar sua frequência e estar presentes nos espaços certos para entrar na conversa.
Os prestadores de saúde são os mais confiáveis, mas, quando as pessoas não recebem o que precisam, elas recorrem a amigos, familiares e pessoas com problemas semelhantes. As instituições devem reconhecer essa realidade e facilitar as conexões mútuas e o entendimento claro.
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No Brasil, 78% dos entrevistados se preocupam de que as ciências médicas se tornem politizadas ou sejam usadas para apoiar uma pauta política específica.
Cerca de sete a cada dez brasileiros de 18 a 34 anos consomem conteúdo sobre saúde, pelo menos uma vez por mês, em mídias tradicionais, independentes ou recebem esse conteúdo pelas redes sociais. Esse grupo também é mais propenso a compartilhar notícias, experiências pessoais e opiniões relacionadas à saúde online mensalmente.
Entrevistados jovens são quase 2x mais propensos do que os mais velhos a afirmar que uma pessoa comum que pesquisou por conta própria pode saber tanto quanto um médico. Apesar de confiarem nos prestadores, quase metade desse grupo afirma que já desconsiderou sua orientação para ouvir amigos e familiares (48%) ou mídias sociais (43%).
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Metodologia: O Edelman Trust Barometer 2025 – Relatório especial: Confiança e Saúde é a quarta edição do estudo focado no setor. A pesquisa foi desenvolvida pelo Edelman Trust Institute, e consistiu em entrevistas online de 25 minutos, que foram conduzidas entre 04 e 14 de março de 2025. Saiba mais >
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